O novo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, afirmou nesta segunda-feira (6) que a presidente Dilma Rousseff deu um “sinal de grandeza” ao convidá-lo para chefiar a pasta mesmo depois de ele ter feito críticas ao governo.
Anunciado no último dia 27 como ministro, o filósofo e professor afirmou em entrevista na edição de março da revista "Brasileiros" que a presidente Dilma Rousseff não faz política, tem uma concepção de governo "autoritária" e não dá autonomia aos ministros. Segundo Janine Ribeiro – conforme reproduziu a revista –, o governo foi "uma decepção do ponto de vista econômico" e por isso é obrigado agora a adotar uma política "tucana".Em entrevista coletiva depois de tomar possepela manhã e da cerimônia de transmissão de cargo à tarde, Janine disse, porém, que, ao aceitar o convite da presidente não aderiu ao governo, mas quis contribuir.
“Não considero que aderi ao governo. Considero que fui convidado pelo governo para desempenhar determinado papel e contribuir. Nesse sentido, poderia dizer praticamente o oposto”, disse. E completou: “Se você fez críticas e é convidado a resolver problemas que você criticou, que direito que você tem de recusá-lo?”
O novo ministro afirmou que, na interpretação dele, a presidente o dispensou de dar explicações sobre as declarações na entrevista.
“Quando a presidente me convidou, a primeira coisa que ela me disse foi: ‘Professor, nós sabemos tudo sobre o senhor, o senhor não precisa dizer nada'. Eu entendi justamente que a presidente estava me dispensando de qualquer explicação até porque foi ela que me convidou", afirmou. "Considerei isso da parte dela um sinal de grandeza, uma pessoa que aceita críticas e se dispõe a trabalhar com ela em um momento essencial”, completou.
Janine Ribeiro disse ainda que suas críticas ao governo “sempre foram construtivas” e que considera uma grande responsabilidade ter sido chamado justamente para dar a sua contribuição na busca pela solução.
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