Encapuzados atacam restaurante com granadas e tiros e matam 5 no Mali

Pelo menos cinco pessoas morreram e ao menos oito estão feridas, várias delas com gravidade, após um atentado neste sábado (7) contra um restaurante muito popular entre os estrangeiros em Bamaco, a capital do Mali, informaram fontes policiais. Foi atentado com maior número de mortes cidade desde o lançamento da Operação Serval, em janeiro de 2013.
Segundo as primeiras informações, há um francês, um belga e três malineses entre os mortos. Os feridos, incluindo três suíços, entre eles uma mulher em estado grave, foram transferidos para o Hospital Gabriel Touré.
O atentado foi cometido por um grupo de homens encapuzados, que entraram no restaurante La Terrace, no bairro de L'Hypodrome, pouco depois da meia-noite, e lançaram várias granadas e, em seguida, atiraram indiscriminadamente com armas automáticas. Depois, os homens fugiram do local.
De acordo com um correspondente da agência France Presse no local, os bombeiros recuperaram o corpo do francês morto no restaurante. Em uma rua próxima, o corpo de um policial do Mali e de um guarda estavam no chão. Um pouco mais distante, estava o corpo de um cidadão belga.
Dezenas de policiais isolaram a área e várias testemunhas diretas estavam relutantes em falar por medo de represálias.
Suspeitos detidos
"Por volta da meia-noite, começamos a ouvir disparos e as pessoas começaram a correr em todas as direções. As pessoas começaram a dizer que eram bandidos, mas depois afirmaram se tratar de rebelde"' relatou à France Presse um vendedor de rua, Hama Ongoiba, acrescentando que a polícia, alertada, logo entrou em cena.
A polícia isolou a área porque teme a existência de granadas não deflagradas, enquanto iniciou uma busca frenética pelos assassinos.

Dois suspeitos, cuja identidade e a nacionalidade não foram revelados, foram presos neste sábado, de acordo com fontes policiais do Mali. Eles "estão sendo interrogados", afirmou uma dessas fontes, que acrescentou que eles começaram a fornecer informações "interessantes".
As suspeitas recaem para os grupos jihadistas que atuam com certa frequência no nordeste do país e que escolhem como alvo as forças de estabilização da ONU (Minusma) e o Exército malinês.
Hollande lamenta
O chefe de Estado francês, Francois Hollande, denunciou "com a maior força o ataque covarde" de Bamaco e prometeu ajudar o presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, na luta contra o extremismo, informou a presidência francesa.
"Este foi um ataque terrorista, mas ainda esperemos mais detalhes", declarou um policial no local à agência France Presse.
O chefe da missão da ONU no Mali (Minusma), Mongi Hamdi, condenou um "ataque hediondo e covarde realizado por pelo menos uma pessoa mascarada, que abriu fogo contra os clientes".
Ele acrescentou que entre os feridos estão "dois especialistas internacionais que trabalham com o Serviço das Nações Unidas de Luta Contra as Minas Terrestres (UNMAS) da Minusma".
'Lutar contra o terrorismo'
Paris confirmou que havia, "muito provavelmente, um francês, que está sendo identificado, entre as cinco vítimas".
O ministro belga das Relações Exteriores, Didier Reynders, condenou "este terror vil e covarde que atingiu Bamaco", e confirmou a morte de um cidadão belga. Trata-se de um funcionário da União Europeia (UE) no Mali, de acordo com a comitiva do Alto Representante para as Relações Exteriores da UE.
"Este crime reforça a nossa determinação para lutar contra o terrorismo em todas as suas formas", disse o chanceler francês, Laurent Fabius.
Operação Serval
O norte do Mali vive desde 2012 sob o controle de grupos jihadistas ligados à Al-Qaeda.
A maioria dos extremistas foram expulsos pela operação Serval, lançada por iniciativa da França em janeiro de 2013, que foi sucedida em agosto de 2014 pela Operação Barkhane, cujo alcance se estende a toda a região Sahel-Saharan.
Contudo, extensas áreas do norte ainda escapam do controle do governo central, mas os ataques jihadistas, que tinham aumentado desde o verão, especialmente contra a Minusma, que conta com cerca de 10 mil soldados e policiais, diminuíram de intensidade.
As forças francesas constataram recentemente "uma certa contenção entre os GAT (grupos armados terroristas), que não procuram mais atacar de forma sistemática como tínhamos sido observado anteriormente", declarou na quinta-feira (5) o porta-voz do Estado Maior, o coronel Gilles Jaron.
O ataque desta madrugada ocorre num momento em que a rebelião tuaregue está sob forte pressão internacional, incluindo da ONU, para assinar até o final do mês um acordo de paz, tal como já fez o governo do Mali em 1º de março, em Argel.
O presidente Ke¯ta convocou um Conselho de Defesa nesta manhã.
A Embaixada da França "constituiu uma célula de crise, e advertiu os franceses a reforçar a segurança das operações em conjunto com as autoridades do Mali", segundo a presidência francesa.
Share on Google Plus
    Blogger Comment
    Facebook Comment

0 comentários:

Postar um comentário